quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A ovelhinha que veio para o jantar

Sou desde sempre uma apaixonada por livros, embora só mais recentemente me tenha deixado encantar pelos livros infantis...
Ter-me tornado professora, há doze anos, reabriu-me as portas para este universo, do qual me afastara quando deixara de ser criança. E descobrir que ficou muito mais rico desde então, pelo crescendo de obras publicadas nos últimos anos, mas também pela facilidade de acesso a obras estrangeiras através da internet, tem sido fantástico!
Ajudar a espalhar as sementes mágicas, que alguns livros já deixaram em mim, é o objetivo deste blogue...
 
E como tal, acho que só poderia dar-lhe início fazendo referência ao primeiro livro a deixar a sua semente na minha filha...
Com pouco mais de ano e meio, encontrou-o por acaso no meio das minhas coisas e encantou-se. Já o viu milhentas vezes do princípio ao fim, de trás para a frente e salteado! Parecia um amor improvável, pois não seria sequer, no meu entender, um livro adequado à sua idade, mas foi ele que lhe despertou o interesse para o mundo mágico das histórias e dos contos. E, durante mais de um mês, que ninguém ousasse adormecê-la sem lhe contar oralmente esta história! Agora já vai pedindo outras, como a dos Três Porquinhos ou da Cabra Cabrês, mas A ovelhinha que veio para o jantar terá sempre um encanto especial.
 
A OVELHINHA QUE VEIO PARA O JANTAR, de Steve Smallman e Joelle Dreidemy

 
É a história de um lobo mau... que afinal não é assim tão mau!
É um lobo que está farto de comer sopa e sonha com um ensopado de borrego. Nem de propósito, uma ovelhinha bate-lhe à porta e ele recebe-a, mas tendo já em mente que a há de cozinhar.
Só que ao longo da história, uma série de peripécias fazem com que, aos poucos, o lobo se vá afeiçoando à ovelhinha. O que começou por ser o seu jantar acaba por se tornar num amigo!


Haverá quem defenda que o lobo mau das histórias infantis deve permanecer mau até ao fim e ser castigado pela sua maldade. Esta figura, presente em tantos contos tradicionais, tem um papel importante na gestão dos conflitos interiores das crianças. Ajuda-as a distinguir entre o bem e o mal e a compreender que há muitos perigos no mundo, mas simultaneamente sossega-as ao apresentar-lhes uma solução para os mesmos.
Concordo com tudo isto. E talvez por isso tenha já dado a conhecer à minha filha outras histórias com lobos mesmo maus! Mas também creio que é importante as crianças acreditarem na capacidade de mudarmos e de nos tornarmos pessoas melhores. Especialmente, quando somos movidos pelo amor!
E este livro é, sem dúvida, uma ternura!

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